sábado, 20 de junho de 2015

Aliah
 
Aliá ou Aliyah (translit. do hebraico עליה ou עלייה : ascensão ou elevação espiritual) é o termo que designa a imigração judaica para a Terra de Israel ( em hebraico, Eretz Israel) - que, até 1948, correspondia ao território do Mandato Britânico da Palestina - e, a partir de 1948, para o Estado de Israel.
A emigração judaica é chamada em yerida (em hebraico, יריד,: descida). Os imigrantes judeus são chamados olim e os emigrantes são os yordim.
Aliá é um importante conceito no Judaísmo, fundamental para o Sionismo e foi consagrado na Lei do retorno.

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A Aliá e a História

A Primeira Aliá Ano: 1882 - 1904 (5.642 - 5.664) Imigrantes: 25.000 Países: Europa Oriental, Rússia (Norte), Romênia, Iêmen (Sul) Países: Rússia (Norte), Romênia, judeus que tinham ficado sem recursos no

    A 1ª ALIÁ (1882-1903)

    Esta aliá constitui o início do retorno dos judeus a Eretz Israel - Terra de Israel - na época moderna, e lançou os fundamentos para o estabelecimento do Estado de Israel; três causas contribuíram a este processo:
•   a antiga devoção dos judeus à sua pátria histórica;
•   a onda de pogroms na Rússia;
•   os esforços de uma minoria ativa, que estava convencida de que o retorno à pátria era a única solução duradoura e fundamental ao problema judaico .
    A 1ª Aliá consistiu de indivíduos e pequenos grupos, sobretudo sob a inspiração de Chibat Tzion e do movimento Bilu que estabeleceram os primeiros povoados rurais - moshavot na Judéia: Rishon LeTzion, Ekron, Guedera e Petach Tikva, que renasceram com a chegada dos novos olim; na Samaria: Zichron Iaakov; na Alta Galiléia Rosh Pina e Iessod Hamaala.
    Durante este período chegaram a Eretz Israel cerca de 25.000 olim, principalmente da Europa Oriental. Houve dois influxos principais: em 1882-84 e em 1890-91.
    Em 1903, no final do período da 1ª Aliá, haviam sido fundadas 28 moshavot, desde Metula no norte a Beer Tuvia no sul; mais de 36.000 hectares de terras tinham sido comprados. Iniciava-se também o assentamento urbano, sobretudo em Jafa, onde uns 3.000 recém-chegados tinham se instalado. O hebraico começava a ser novamente uma língua falada no dia-a-dia, e haviam sido fundadas as primeiras escolas primárias hebraicas – mesmo que a cultura francesa, fosse propagada pela Alliance Israelite Universelle e pelos funcionários do Barão de Rothschild. O espírito pioneiro, contudo, tinha se esgotado e ocorreu um período de estagnação. Em 1904, porém, com o início da 2ª Aliá, a situação tomou novo rumo.

A Segunda Aliá Ano: 1904 - 1914 (5.664 - 5.674) Imigrantes: 40.000 País: Rússia (Norte)
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A 2ª ALIÁ (1904-1914)

    À depressão causada pela estagnação dos primeiros povoados, pelas controvérsias na Organização Sionista a respeito do Plano de Uganda e pela morte de Herzl em 1904 seguiu-se um novo surto de fervor pioneiro, que deu origem à 2ª Aliá. O primeiro ímpeto desta nova onda foi causado pelos pogroms de Kishinev, em 1903, e por outros, dois anos depois.
    A 2ª Aliá consistiu de jovens - rapazes e moças, principalmente da Rússia, muitos dos quais imbuídos de idéias socialistas. Estes jovens eram guiados não somente por uma ideologia nacional mais consciente e consistente, como também pelo ideal de lançar as fundações de uma comunidade de trabalhadores em Eretz Israel.
    Os jovens pioneiros da 2ª Aliá trabalhavam geralmente como assalariados nas moshavot ou nas cidades. Eles estabeleceram os primeiros partidos trabalhistas judeus: Poalei Tzion, baseado na filosofia de Ber Borochov e Hapoel Hatzair, que era influenciado pela filosofia de A.D. Gordon. Entre os líderes dos partidos trabalhistas citam-se Iossef Vitkin, Iossef Sprinzak, Itzchak Ben Zvi, David Ben Gurion e Itzchak Tabenkin. A fundação de Degânia, a primeira kvutzá (kibutz) foi também fruto da iniciativa destes pioneiros. Em 1909 eles lançaram a pedra fundamental da primeira cidade totalmente judia - Tel Aviv. Os pioneiros da 2ª Aliá foram também os iniciadores da auto-defesa judaica, estabelecendo a organização de guarda Hashomer. Eles introduziram o hebraico em todas as esferas da vida e iniciaram a literatura e a imprensa hebraicas.
    Este fluxo, que trouxe ao país 40.000 olim, foi interrompido pelo início da 1ª Guerra Mundial.    
A Terceira Aliá Ano: 1919 - 1923 (5.680 - 5.684) Imigrantes: 35.000 estrangeiro durante a 1a Guerra Mundial (Ocidente)
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 A 3ª ALIÁ (1919-1923)

    A 3ª Aliá, a partir de 1919, foi em parte uma continuação da 2ª, que fora interrompida pela guerra. Um ímpeto renovado - causado pelas conseqüências da Revolução Bolshevique [Russa], pelos pogroms na Ucrânia no após-guerra e pela influência das lutas nacionais na Europa - coincidiu com a renovação da esperança, inspirada pela Declaração Balfour e pelo início da administração britânica na Palestina. O caminho do oeste, em direção aos Estados Unidos, ainda estava aberto, e muitos dos que escolheram emigrar à Terra de Israel o fizeram por causa de suas convicções sionistas.
    Ao todo, a 3ª Aliá trouxe 35.000 imigrantes: 53% da Rússia, 36% da Polônia e os demais da Lituânia, Romênia e outros países da Europa Oriental; chegaram também 800 judeus da Europa Central e Ocidental. Muitos dos recém-chegados eram membros dos movimentos Hechalutz, na Rússia e Polônia, e Hashomer Hatzair, na Galícia.
    Estes jovens pioneiros constituíram uma força criativa, que transformou o caráter do Ishuv e, juntamente com seus predecessores da 2ª Aliá, desempenharam um importante papel na liderança. Eles fundaram a Histadrut (a organização geral dos trabalhadores); estavam entre os criadores da organização de defesa Haganá; foram os operários que construíram casas, estradas e o início da indústria; e fortaleceram as bases da agricultura judaica. A 3ª Aliá expandiu também o mapa do povoamento judaico, estabelecendo muitos kibutzim , como:
    Ein Charod, Gueva, Tel Iossef, e Beit Alfa no Vale de Jezreel; Kiriat Anavim, nas proximidades de Jerusalém; assim como alguns moshavim, entre os quais: Nachalal, Kfar Iechezkiel, Tel Adashim e Balfouria.
A Quarta Aliá Ano: 1924 - 1928 (5.684 - 5.688) migrantes: 67.000 Países: Polônia, Europa Oriental
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  A 4ª ALIÁ (1924-1928)

    Nos meados de 1924, iniciou-se uma nova onda de imigração, cuja composição social diferia da anterior. Houvera uma diminuição no fluxo de pioneiros, sobretudo por causa das restrições à saída da União Soviética. Por outro lado, estava havendo um aumento da imigração de gente de classe média - comerciantes e artesãos - sobretudo da Polônia.
    Este fato tinha duas causas:
* a crise econômica na Polônia e as restrições econômicas impostas aos judeus poloneses (daí o nome de "Aliá Grabski", por causa do nome do ministro de finanças polonês; 
* as severas limitações à imigração aos Estados Unidos, introduzidas em 1924.
    A maioria dos recém-chegados instalou-se nas cidades, sobretudo em Tel Aviv, pois eles não pretendiam mudar seu estilo de vida. Investiram parte de seu pequeno capital em oficinas e fábricas, pequenos hotéis, restaurantes e lojas, mas grande parte de seu investimento foi feito em construção.
    Além disso, a planície costeira desenvolveu-se bastante; foram fundados novos povoados, nas cercanias dos pomares de cítricos, como:
    Magdiel, Herzlia, Biniamina, Pardess Chana. No vale do Sharon foi fundada uma nova cidade, Natânia.
    A 4ª Aliá trouxe um total de 67.000 imigrantes ao país, metade dos quais da Polônia. Em 1926, porém, o fluxo foi suspenso por uma grave crise econômica. Dos 13.000 chegados em 1926, mais da metade abandonou o país. Em 1927, mais de 5.000 pessoas deixaram o país, e apenas 2.300 chegaram. Em 1928 o número de chegadas e partidas empatou - cerca de 2.000. Os primeiros sinais de recuperação econômica apareceram em 1929, e a aliá novamente começou a crescer.
A Quinta Aliá Ano: 1930 - 1939 (5.690 - 5.699) Imigrantes: Mais de 25.000 Países: 1o refugiados da Alemanha Nazista, Polônia, Europa Central.

  A 5ª ALIÁ (1929-1939)
    A 5ª Aliá trouxe mais de 250.000 judeus e transformou o caráter do Ishuv. Os olim vieram de diferentes países:
    Polônia, Alemanha, Áustria, Romênia, Grécia, Iêmen e Iraque. A 5ª Aliá começou com uma pequena quantidade de olim em 1929, mas em 1933, quando Hitler subiu ao poder na Alemanha, o fluxo aumentou consideravelmente. Entre 1933 e 1936, mais de 164.000 judeus entraram legalmente no país, e outros milhares de refugiados entraram como imigrantes "ilegais".
    A maioria (80%) estabeleceu-se nas cidades e povoados urbanos, e seus talentos e experiência elevaram os padrões comerciais e melhoraram o conforto urbano. Mais da metade dos recém-chegados foi viver em Tel Aviv. Em Haifa, a construção do primeiro porto moderno do país completou-se em 1933, e em Jerusalém expandiram-se os bairros judeus.
    Os judeus da Alemanha e Áustria - mais de um quarto do total - trouxeram uma importante contribuição ao progresso do Ishuv. Eles constituíam o primeiro grande grupo proveniente da Europa Central e Ocidental. Uma proporção relativamente alta destes judeus se compunha de médicos e de outras profissões liberais; dentre eles também vieram quase todos os músicos que formaram a nova Orquestra Filarmônica. 20% destes imigrantes estabeleceram novas moshavot, como:
    Kfar Ianai, Chavatzelet Hasharon; moshavim, como: Kfar Vitkin, Avichail; e kibutzim, como: Kfar Chaim, Maabarot.
    Nos anos 1936-39, foram estabelecidos 53 novos assentamentos - em sua maioria kibutzim - segundo o método Chomá Umigdal (cerca e torre).
    Em 1933 iniciou-se um novo tipo de imigração, chamada Aliá Jovem. Este processo foi amplamente financiado pela associação Hadassa, e organizado por sua líder, Henrietta Szold.
    Às vésperas da 2ª Guerra Mundial, a população judaica da Palestina era de 475.000 almas, e representava 40% do total dos habitantes do país.
HAAPALÁ (A IMIGRAÇÃO "ILEGAL") - ALIÁ BET (1934-1948)
    Haapalá significa imigração clandestina de judeus a Eretz Israel. Este tipo de imigração iniciou-se sob o domínio otomano (turco). A partir de 1882 os turcos não permitiam, com raras exceções, que judeus da Europa Oriental viessem viver em Eretz Israel. Sob o domínio britânico (1918 - 1948), as quotas de imigração fixadas pela Administração Britânica (1916-18) e posteriormente pela administração do Mandato Britânico sobre a Palestina não eram suficientes para atender à pressão do número de pioneiros que desejavam estabelecer-se no país e dos judeus que fugiam às perseguições.
    A subida de Hitler ao poder aumentou a pressão da aliá. Em 1934 foi feita a primeira tentativa organizada de imigração clandestina por via marítima. O movimento Hechalutz alugou o navio grego "Vellos" e, com a ajuda de membros da Haganá, trouxe 350 imigrantes "ilegais" - maapilim. Nos anos 1937-39, grupos revisionista e do Betar fretaram vários navios, que transportaram alguns milhares de imigrantes.
    Em 1938 foi criada pela Haganá a "Organização para a Imigração Ilegal" - o Mossad, sob a chefia de Shaul Avigur. Durante a 2ª Guerra Mundial a imigração ilegal quase cessou. A marinha britânica vigiava constantemente, à procura de barcos de refugiados que procuravam atingir as costas da Palestina. Alguns dos barcos foram atacados quando se aproximavam da costa; alguns regressaram; 3 naufragaram. Contudo, 21 embarcações conseguiram completar a viagem, trazendo cerca de 15.000 refugiados.
    Durante os anos da guerra, o Mossad organizou imigração clandestina por via terrestre, principalmente de judeus do Oriente Médio. Após a guerra, reiniciaram-se as operações marítimas em grande escala, sendo a maioria dos imigrantes refugiados-sobreviventes do Holocausto, que haviam conseguido escapar graças à operação brichá de salvamento, tendo atingido as costas da Itália, França, Romênia, Iugoslávia e Grécia. Entre 1945 e 1948, 65 embarcações com imigrantes "ilegais" partiram com destino à Palestina. A maioria foi interceptada pelos ingleses, sendo os passageiros colocados no campo de detenção em Atlit. A partir de agosto de 1946, os ingleses passaram a deportar os imigrantes a campos de detenção em Chipre. A luta pelo direito de livre imigração atingiu o clímax no verão de 1947, com a viagem do Êxodus.
    Entre 1934 e 1948, cerca de 115.000 maapilim entraram no país, desafiando as restrições britânicas; outros 51.000 foram internados pelas autoridades britânicas em Chipre, e só puderam entrar no país após a independência
Como correram as "ondas de migração"? Algumas ondas de imigração receberam nomes especiais. Cumprindo a palavra do Senhor que foi profetizada por Isaías, que eles viriam voando. "Quem são estes que vêm voando como nuvens e como pombas para as suas janelas?" (Is 60:8)
Operação Tapete Mágico Data: 18 de novembro de 1949 a 24 de setembro de 1950 País de origem: Iêmen Nº de Imigrantes: cerca de 50.000Meio de transporte: Aéreo.

Operação ESDRAS E NEEMIAS Data: 18 de maio de 1950 até 1951 País de origem: Iraque Nº de Imigrantes: cerca de 130.000Meio de transporte: Aéreo.


Operação MOISÉS Data: último meses de 1984 País de origem: Etiópia Nº de Imigrantes: cerca de 7.000 Meio de transporte: Aéreo.
Operação SALOMÃO Data: 24-25 de maio de 1991 País de origem: Etiópia Nº de Imigrantes: cerca de 14.500Meio de transporte: Aéreo.     
          AS ALIOT DOS JUDEUS DA ETIÓPIA: OPERAÇÃO MOISES (1984) E OPERAÇÃO SALOMÃO (1991) 
Início da década de 80
    No início da década de 80, muitos judeus etíopes começaram a abandonar suas aldeias nas regiões rurais, dirigindo-se para o sul do Sudão, de onde tinham a esperança de conseguir chegar a Quênia e, deste país, a Israel. A segunda etapa de sua jornada era feita desde o Sudão a bordo de navios da marinha israelense, que os aguardavam no Mar Vermelho para trazê-los a Israel. A comunidade de judeus etíopes em Israel nesta época era de 7.000 pessoas; no final de 1981, haviam chegado ao país mais 14.000; em meados de 1984, este número havia dobrado.
    Naquele ano (1984) iniciou-se uma operação de salvamento em massa, denominada "Mivtzá Moshé" (Operação Moisés); num período de poucos meses, 8.000 judeus foram levados por via aérea de Cartum (Sudão) à Europa, e de lá para Israel. Em novembro de 1985, a imprensa estrangeira começou a transmitir notícias a respeito da operação de salvamento; em conseqüência, o Presidente Numeiri do Sudão suspendeu a operação, temeroso da reação hostil dos estados árabes. Após mediação americana, Numeiri permitiu que seis aviões Hécules americanos trouxessem os judeus etíopes que haviam restado no Sudão; com sua chegada, o número de olim chegou a 16.000.
A década de 90
    Em dezembro de 1989, 15 anos após a ruptura das relações diplomáticas entre a Etiópia e Israel, foi reaberta em Adis Abeba a Embaixada de Israel. Com a renovação das relações diplomáticas, tornou-se possível o contato entre os olim que haviam chegado a Israel e seus parentes que tinham permanecido na Etiópia. As famílias foram instruídas a viajar a Adis Abeba e dirigir-se à Embaixada, para serem trazidos a Israel. No final de 1990, entre 16.000 e 17.000 judeus etíopes chegaram a Adis.
    Em maio de 1991, depois da fuga do ditador etíope Mengistu, o novo regime consentiu que Israel organizasse uma operação contínua de transporte aéreo, em troca de 40 milhões de dólares. Assim, em 24 de maio de 1991, na época da festa de Shavuot, 14.000 pessoas foram trazidas durante a noite para Israel. Isto se tornou conhecido como "Mivtzá Shlomo" (Operação Salomão), que se prolongou por 48 horas e durante a qual nasceram 7 bebês. Após este salvamento em massa, mais 6.000 judeus da Etiópia fizeram aliá, trazendo o fim à saga de 3.000 anos da comunidade judaica etíope, segundo sua tradição.
A Comunidade em Israel
    No total, cerca de 35.000 judeus da Etiópia vieram para Israel. A integração dos judeus etíopes, tão diferentes em sua aparência e costumes, constitui um desafio sionista de primeira ordem tanto para o governo quanto para a sociedade israelense. Foi criado um plano especial para auxiliar na absorção desta população singular à sociedade israelense.
    A onda inicial desta aliá (1981-85) ocorreu num período em que vinham muito poucos olim para o país e durou alguns anos. Em 1986, a metade dos olim já estava instalada em suas moradias permanentes, após o período do Ulpan (curso especial de hebraico para olim) e de aprendizagem profissional. Eles estavam dispersos em cerca de 40 cidades e núcleos urbanos menores, de preferência em regiões centrais e na proximidade de cidades grandes.
    Quando chegou a segunda onda de aliá (1991), quase todos os olim chegaram num prazo de 48 horas, numa época em que o país estava vivenciando uma maciça onda de aliá da antiga URSS. Em 1992, em virtude da falta de moradias, os olim da Mivtzá Shlomo foram transferidos a sítios de casas pré-fabricadas, erguidos por todo o país. O problema de moradia permanente tornara-se crucial, e em maio de 1993 foi adotado um plano de concessão de abatimento no valor de 85% do custo das casas, sendo que o restante deveria ser restituído em pagamentos mensais suaves. No final de 1985, 85% dos olim que vivera nos sítios de "caravanas" havia encontrado moradia em 65 diferentes localidades por toda Israel.
    Programas especiais de enriquecimento para as crianças etíopes foram lançados nas escolas; as instituições de educação superior desenvolveram cursos preparatórios para os estudantes etíopes. As FDI também se dedicaram à absorção da aliá da Etiópia, com uma variedade de programas educacionais especiais. Hoje, 1.500 olim da Etiópia servem nas FDI, dos quais 23 oficiais, e há um número crescente de voluntários que se inscrevem nas unidades combatentes. De modo geral, os jovens das duas ondas de aliá são uma história bem sucedida: nas forças armadas, nas universidades e na educação.
Apesar disso, surgiram algumas áreas problemáticas em sua absorção:
* A transição entre o estilo de vida rural tradicional e a sociedade urbana e tecnológica de Israel foi um processo complicado e para muitos - sobretudo os mais idosos - bastante doloroso.
* O fato dos jovens acharem mais fácil se integrar à sociedade modernizada gerou uma defasagem excepcionalmente grande entre eles e seus pais.
* O processo de transição causou também uma crise de liderança dentro da comunidade: os mais velhos, que guiavam as comunidades judaicas nas aldeias, na Etiópia, têm dificuldade de assumir este papel em Israel.
    Algumas destas dificuldades se registraram em outras ondas de aliá, e foram resolvidas a seu tempo. Espera-se que os problemas com os quais se confrontam os olim da Etiópia em Israel tenham o mesmo destino, para que esta comunidade possa trazer sua contribuição especial à sociedade israelense.
  A ALIÁ DA URSS / CEI
    Desde 1990, mais de 1,5 milhões de judeus deixaram a CEI (Comunidade dos Estados Independentes, antiga URSS) com destino a Israel. Os antigos judeus soviéticos constituem hoje 10% da população israelense. Na maioria, esta aliá não foi motivada pelo sionismo; a maior parte dos assim chamados "refiusinicks" (pessoas às quais tinha sido recusado o direito de sair da URSS para vir a Israel) e dos ativistas sionistas chegaram a Israel entre 1968 e 1973, ou individualmente - após serem libertados das prisões soviéticas (1979 - 1986).
Histórico
    Entre a Guerra dos Seis Dias e a de Iom Kipur o número de olim soviéticos chegou a 100.000. Este quadro mudou dramaticamente após a Guerra de Iom Kipur: em 1974 Israel encontrou pela primeira vez o fenômeno das pessoas "passageiras". Cerca de 21.000 judeus obtiveram vistos de saída da URSS (para Israel), mas apenas 17.000 fizeram aliá. Os outros ficaram presos na estação de trânsito de Viena, tentando obter vistos para outras destinações no ocidente. Esta tendência se tornou mais marcante nos anos seguintes; na década de 80, o número dos que "se deixavam ficar" no meio do caminho para Israel ultrapassava às vezes o dos que faziam realmente aliá. Em 1987, 90% dos judeus que deixaram a URSS decidiram não vir para Israel, fato que gerou grandes controvérsias dentre o público israelense. Na verdade, por causa das, cada vez mais severas, restrições soviéticas à aliá, a partir do início da década de 80, houve uma mudança muito pequena nos números da aliá no início da "perestroika" (reconstrução), nos meados daquela década, até o começo da "liberalização" da economia e do regime no final da mesma.
Uma Nova Onda
    Assim, em 1990, quando já se pensava há muito tempo que a aliá da União Soviética pertencia ao passado, o quadro se transformou novamente, de forma totalmente inesperada.
    Na primavera (abril - maio) de 1990, os números mensais de olim soviéticos chegaram a 10.000 e lá pelo meio do ano cerca de 50.000 olim haviam chegado a Israel. Durante os seis meses seguintes chegaram mais 135.000; os aviões aterrissavam um após o outro, despejando centenas de olim. Num só fim-de-semana em dezembro desembarcaram no aeroporto 5.000 olim. Dentre os 200.000 imigrantes chegados naquele ano, 185.000 provinham da União Soviética.
O novo fluxo resultou de vários fatores:
  • a perestroika e a glasnost no tempo de Gorbachev;
  • a deterioração econômica da URSS;
  • conflitos étnicos e políticos nas repúblicas-satélites da URSS:
  • ameaças de anti-semitismo, tanto dissimuladas quanto às claras.
    Os judeus soviéticos deixaram a URSS em massa. Com as novas limitações à imigração aos EUA, os judeus se encaminharam a Israel.
Klitá - Absorção ou Integração
    A aliá de massa dos judeus da URSS, que passaria a se chamar mais tarde Comunidade dos Estados Independentes, não foi essencialmente um fenômeno novo. Contudo, com exceção do primeiro ano após a proclamação do estado, Israel jamais recebera uma onda tão grande de aliá em pouco tempo. Juntamente com o drama do êxodo dos Judeus do Silêncio, começaram a surgir problemas relativos à aliá, devido às grandes dimensões deste fluxo de pessoas: emprego, moradia, falta de conhecimento do hebraico - e, acima de tudo, a transição da sociedade de origem à sociedade israelense, altamente ocidentalizada.
    Na URSS, os judeus eram desproporcionalmente proeminentes nas ciências, profissões médicas, matemáticas, física e nas artes, muito acima de sua proporção dentro da população. A onda de aliá que chegou a partir de 1990 caracteriza-se por uma preponderância bastante significativa de adultos com educação superior. Este potencial de cientistas, médicos, profissionais liberais e especialistas em tecnologia, de contribuir ao Estado de Israel e à sociedade israelense, é sem dúvida muito importante. Por outro lado, há muitos profissionais cuja especialização é inadequada às demandas do mercado israelense, o que os obriga a uma reciclagem profissional. Isto se aplica a uma vasta gama de profissões, como professores, engenheiros de determinadas especializações (ferrovias, distribuição, reflorestamento, etc.), técnicos, cientistas e todos os setores das especializações médicas.
    Como era de se esperar, os jovens com educação superior encontraram suas oportunidades de emprego com mais facilidade do que os adultos sem qualificações profissionais. Além disso, a adaptação dos olim provenientes das regiões ocidentais ou européias da antiga União Soviética foi muito mais fácil do que a dos recém-chegados das repúblicas meridionais (Geórgia, Buchara, Cáucaso), se levarmos em conta sua participação na mão-de-obra, sua renda e a continuação no mesmo campo profissional.
    Em resumo, o sionismo e a aliá da Rússia foram a fonte do moderno sionismo na penúltima década do século XIX, sob o regime czarista. Ele reemergiu após a Guerra dos Seis Dias, e os anos 70 deste século testemunharam a atividade dos judeus "refiusinicks". Embora a aliá dos anos 90 não seja precisamente motivada pelo sionismo, ela deixará indubitavelmente sua marca indelével na sociedade israelense, como todos os outros grupos de olim